segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O RH e a caixinha!

O pessoal de seleção tem o hábito, de trabalhar na triagem de candidatos a uma vaga de emprego, seguindo criteriosamente o que foi determinado pelas “instâncias superiores”.

Ou seja, nada “fora da caixinha”, expressão esta, muito em voga na área de RH, pensar fora da caixinha!

Todos sabem que a primeira triagem cai sempre em cima da idade do candidato. Vamos nos ater a uma vaga de nível superior carregada de exigências tais como MBA´s, idiomas e, principalmente, curso superior em “escolas de 1ª linha”. Não importando a estória de vida profissional, conhecimentos adquiridos no “campo de batalha” e outras situações semelhantes. O que importa é o carregamento de MBA´s apresentados e a dita escola de 1ª linha.

As universidades fora desse padrão possuem uma gama enorme de alunos que batalham durante o dia e sentam em seus bancos à noite. Como diria o Gonzaguinha “Eu acredito na rapaziada”! Tudo bem que existam vestidinhos cor de rosa nessas universidades. Mas tem muita gente boa e vestidinhos cor de rosa podem existir em qualquer lugar.

Henry Mintzberg, professor da Macgill University, do Canadá, em seu livro “MBA? Não, Obrigado”, é um dos principais críticos dos modelos adotados por esses cursos, principalmente nos EUA. Para ele, o grande equívoco desses programas está em tentar ensinar técnicas gerenciais para profissionais que nunca comandaram uma equipe na vida. Um movimento semelhante ao que ocorre nos EUA, onde os cursos de MBA são oferecidos a jovens em início de carreira, que têm entre 27 e 30 anos, recém-saídos da graduação. "É o mesmo que tentar ensinar Psicologia para alguém que nunca viu um ser humano", diz Mintzberg em seu livro. "O ensino gerencial exige uma abordagem que estimule os administradores a aprenderem com sua própria experiência. Em outras palavras, precisamos incorporar a habilidade nascida da experiência e a arte de gerir à educação gerencial. Daí levá-las de volta à prática administrativa", diz um trecho do seu livro.

Quando me formei em Administração, anos e anos atrás, logo na sequencia fiz um curso de pós graduação em um escola de 1ª linha. Foram perto de 400 horas aula, o que hoje equivale a um “super” MBA. Confesso que não mais que um ou dois anos depois, se fosse depender só do conhecimento obtido na pós graduação, em poucos meses estaria desatualizado. Isso anos e anos atrás. Várias idas a livrarias e contínuos cursos e congressos de curta duração me mantiveram atualizado até os dias de hoje. Quando preencho um currículo ou formação acadêmica obtida, sempre cito o meu curso de pós graduação. Mas o que realmente vale é a estória “empresarial vivida” como diz o Professor Cleber Aquino.

Em matéria recente, li que mais da metade dos CEO´s americanos não possuem MBA. Recente matéria da revista Exame cita que os melhores professores de negócios do mundo não estão alojados nos programas de MBA de universidades como Harvard, Stanford e MIT. Pelo menos é o que mostra ranking divulgado pela Bloomberg. Businessweek. Feito com base na avaliação de alunos dos programas de MBA, o ranking levou em conta itens como conhecimento dos professores, disponibilidade após as aulas e, claro, aulas capazes de arrematar o mais entediado dos alunos. Entre as cinco escolas com os professores que receberam as melhores notas, nenhuma é figura comum nas 10 primeiras posições dos principais rankings de MBAs. Já entre as instituições cujos docentes receberam as piores notas, pelo menos duas aparecem entre as melhores do ranking de MBAs internacionais da Businessweek. As ditas “1ª Linha”. Lembram-se do vestidinho cor de rosa? 

Com certeza, as Consultorias de Executivos, além da formação e cursos frequentados, dão uma importância equivalente ou até maior às realizações do candidato como profissional.Você que vai fazer um MBA, como eu fiz o “meu”, anos e anos atrás, acredite, logo estará desatualizado. Ou você faz mais um e mais um ou frequente livrarias, cursos rápidos, congressos e muita, muita pesquisa. 
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