terça-feira, 19 de abril de 2016

Quer progredir? Trabalhe suas habilidades de improvisação!

Kelly Leonard e Tom Yorton, ambos do teatro de comédia The Second Cit,y sustentam que a comédia de improvisação e as empresas têm mais em comum do que se pode imaginar à primeira vista. Em seu novo livro, “Sim, e: como a improvisação reverte o pensamento ‘Não, mas’ e melhora a criatividade e a colaboração [Yes, And: How Improvisation Reverses ‘No, But’ Thinking and Improves Creativity and Collaboration], eles compartilham seus insights sobre inovação e formação de equipes.

Laura Huang, professora de administração da Wharton, entrevistou recentemente Leonard e Yorton a respeito do seu livro por ocasião da visita dos autores ao campus como palestrantes convidados da série Autores@Wharton.

Segue abaixo a versão editada da entrevista

Laura Huang: Ri muito com esse livro, fiquei intrigada, tomei nota — tudo ao mesmo tempo. Há tanta coisa boa aqui e ali, sem falar nas histórias realmente muito engraçadas. Vocês poderiam nos contar o que os levou a escrever esse livro?

Kelly Leonard: Há 15 anos, se você dissesse que o Second City iria colocar seu nome em um livro de negócios, diríamos que você estava louca. Mas quando o Tom foi para o Second City, há uns 16 anos mais ou menos, ele levou junto uma visão nova para a forma como o Second City lidava com seus clientes, e realmente ampliou os horizontes da empresa. Foi uma colaboração interessante porque já estou no Second City há 26 anos. Trata-se realmente de um encontro do palco com a empresa porque o Tom tem uma carreira na empresa e eu sou uma pessoa do teatro. O Second City é um velho teatro de 56 anos. Na verdade, porém, somos um laboratório de inovação. Por mais de 56 anos, aproximadamente, tivemos grupos de pessoas trabalhando juntas para criar alguma coisa do nada. Somos criadores de conteúdo e nunca paramos. É o que os grupos continuam fazendo, e nisso somos realmente um sucesso.

A uma certa altura você pensa: “Deve ser possível traduzir isso”. Veja quanta gente famosa saiu dos palcos para as telas. Gostaria de atribuir isso ao meu faro para o talento. Mas não é o que acontece. Digo isso porque eu não estava lá quando Alan Arkin começou. Eu estava lá quando Tina Fey começou. No entanto, há uma longa tradição de formação de talentos nesses grupos para que se chegue ao sucesso. Depois que começamos a levar o Second City às empresas, com um sucesso cada vez maior, olhamos um para outro — isso foi há dois ou três anos — e concluímos que seríamos uns idiotas se não escrevêssemos um livro.

Tom Yorton: É verdade. Para mim, a empresa é um ato de improvisação. Apesar de todos os controles, toda a governança e de todas as coisas que tentamos fazer para manter as variáveis submissas, a empresa não coopera. O mundo é um lugar cinzento. Esse kit de improvisação de que falamos é realmente importante. Nunca foi tão importante quanto agora. Tudo isso e outras coisas nos motivaram a escrever o livro.

Huang: O que me impressionou muito foi a forma como vocês conseguiram colocar essa estrutura em torno das habilidades interpessoais de ensino. Vocês poderiam falar um pouco dessas habilidades?


Yorton: Não me lembro de alguém que um dia me ensinasse a ouvir. Acontece que isso é muito importante. Na verdade, é vital […] Quando você improvisa, tem de ouvir. Não há outro jeito. Por isso pusemos no livro exercícios específicos para aprender a ouvir que serão úteis às pessoas. Mas tem de pôr em prática. Todo mundo sabe que precisa ir à academia para se exercitar, mas onde é que se vai para exercitar as habilidades sociais? A improvisação é a ioga das suas habilidades sociais. Ela coloca você em um lugar que exige atenção, coloca-o no presente, em uma situação em que você se concentra e olha no olho da pessoa à sua frente. Nesse momento, você não pensa no antes e nem no depois. Quando você está no modo operacional “Sim, e”, que é o título do nosso livro, você não está dizendo não. Você está concordando e afirmando, está construindo alguma coisa com alguém. O modo como você se sente depois disso, principalmente depois de uma aula de improvisação de três horas, é o melhor possível. Se pudermos levar para o local de trabalho o melhor de nós, tudo ficará melhor também.

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